tag:blogger.com,1999:blog-71379264461020763302024-03-08T19:55:18.347-03:00Bem-Vindo ao Canto PoéticoSolange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.comBlogger34125tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-36811081423784006422019-11-20T16:53:00.002-03:002019-11-20T21:42:06.453-03:00Tempo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: x-large; text-align: justify;"><b>Sempre esperei do tempo</b></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-large;"><b>no tempo por onde andei,</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b>o tempo que se adivinha</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b>e que hoje já não sei...</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b>No tempo que eu creio,</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b>esperei pelo que vinha,</b></span><br />
<span style="font-size: x-large;"><b>no tempo que não veio....</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b> </b></span></span><br />
<b><span style="background: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><br /></span></span>
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><br /></span></span>
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><br /></span></span>
<span style="background: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><br /></span></span>
</b></div>
<b><br /></b>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-86627912392355777112017-12-18T18:16:00.000-02:002017-12-18T18:17:38.747-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-86351324305122565442016-01-30T15:35:00.000-02:002019-11-20T20:32:34.029-03:00Carona em carro de bois (conto infanto-juvenil)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b style="font-size: x-large;"> </b><br />
<span style="font-size: large;"><b> </b></span><span style="color: #444444; font-size: large;"><b>Não tínhamos skate, patins, sequer uma bicicleta velha, mas tínhamos o carro de bois...</b></span><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> Antigamente, no interior, poucas casas não possuíam um fogão à lenha. E as lenhas eram transportadas em carros de bois, a nossa inesquecível aventura </span><span style="font-size: large;">mambembe. Uma aventura perigosa, pois ao tentarmos subir afoitamente para a carroça, pois fazíamos essa estripulia com ela em movimento, corríamos o risco de nos esborracharmos no chão, ou rolarmos ladeira abaixo, feito uma tora desgovernada. </span></span></b><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> Devido ao iminente perigo a que nos expúnhamos, éramos sempre ameaçados de uma boa surra, caso ousássemos a tamanha desobediência. Daí que nos aventurávamos às escondidas, obviamente com a cumplicidade de toda a criançada. </span><span style="font-size: large;">Ainda tínhamos de nos esconder do carreiro, pois era dele a responsabilidade, se algum acidente nos acontecesse.</span></span></b><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;">Prevenido, depois de esvaziada a carroça, ele lançava um olhar vasculhador e meticuloso, para todos os lados, ao</span><span style="font-size: large;"> encalço de alguma criança que lhe pudesse escapar de sua prudente vigília.</span><span style="font-size: large;"> </span></span></b><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Pequeninos bandidos, fazíamos tocaia, driblando as balas do olhar do carreiro, que passavam raspando sobre nossas cabeças, enquanto nos agachávamos atrás de velhas catacumbas, fincadas num terreno baldio, que segundo moradores mais antigos, bem ali, em tempos distantes, fora o cemitério da cidade.</b></span><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> O cenário era perfeito para tanto medo e emoção: medo da catacumba, medo consciente de estarmos transgredindo ordens e negligenciando obediências, onde uma surra pendente nos aguardava; e escolhíamos de vez a emoção.</span><span style="font-size: large;"> </span></span></b><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> O remorso e a ousadia oscilavam na exposição daquela aventura infantil.</b></span><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> - Oa! Oa! - gritava o carreiro para os bois. O grito que esperávamos ansiosamente. Ele nos soava como um canto, um acorde, uma senha...</span><span style="font-size: large;"> </span></span></b><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Os bois começavam a se movimentar, e lá ia a carroça atrás, requebrando desengonçada. E lá íamos nós, com a rapidez da ventania, arremessando-nos para dentro dela. Um puxava o outro, e nos acomodávamos, coração aos pulos. No lugar de toras úmidas e pesadas, a carroça abrigava, agora, um bando de crianças engasgadas de riso, o riso farto da traquinagem. Impossível detê-lo. </b></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Vez ou outra, sentávamos na beirada da carroça e ousávamos deixar nossas pernas balançando para fora, volitando ao vento, como se marcasse o ritmo do nosso coração endoidecido de felicidade. </b></span><br />
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"> Embalados pelo ranger das rodas de madeira nos paralelepípedos, fazíamos daquela velha carroça um perfeito set de filmagem, especial e particular. Dirigíamos nossas próprias falas, com ousadia, inventividade e os textos naturalmente bem-decorados, </span><span style="font-size: large;">porque o script éramos nós, não precisava de cortes nem edição. Quem o viveu não editaria...</span></span></b><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Nossos olhos faziam as tomadas mais perfeitas e fotografavam por conta da emoção.</b></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> E uma película mágica, invisível, ia movimentando uma câmera imaginária.</b></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Movimentando, movimentando...</b></span></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-18774828044219147262015-12-01T22:10:00.003-02:002019-11-20T20:34:30.498-03:00Quando sou intensa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 18.0pt;"> </span><span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sou intensa, quando saio do meu eu
absoluto e egoísta e lanço um olhar atento, ao meu redor, na busca harmoniosa
com o outro.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando não me
deixo abater em conformismos e me exponho ousada à luta</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt;">. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13.5pt;"> </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sou intensa, quando fico brava com as
injustiças e me impulsiono irascível para combatê-las. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando o meu fervor
se sobrepõe à minha descrença.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando sei que
posso minimizar a dor, recorrendo às minhas forças nascidas de um otimismo que
exercito.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando não nego os
meus medos e aciono a minha coragem. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando erro e
quando peço perdão. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando não retroajo
no meu determinismo e nas minhas convicções.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa na minha humildade.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa nos meus sonhos:
voo sempre bem alto e bem longe... Mas sou intensa quando pouso os meus
pés na realidade </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">que me espera.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando tenho
que convencer o irredutível. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"> </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 21.3333px;">S</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">ou intensa, quando derrotada e
vencida.</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando comemoro uma
conquista, passeando minhas reflexões sobre as dificuldades em
alcançá-la.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa, quando ferida e
intensa quando curada.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13.5pt;"> </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">Sou intensa quando oro, quando
agradeço, quando faço escolhas</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 13.5pt;">, </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 14pt;">q</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;">uando me entrego e
me doo com alma a alguém.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16pt;"> Sou intensa em tudo a que me
disponho, porque a superficialidade me afoga, é a profundidade que me
aconchega.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-40782375176657601772015-12-01T21:44:00.000-02:002019-11-20T20:36:35.429-03:00Ponte florida sobre abismos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><span style="color: #222222;"> </span><span style="color: #444444;"><b>Não há idade para a emoção</b></span></span><span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "comic sans ms"; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"> afetiva, mas quantas pessoas</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"> vivem à beira de seus abismos frios e inacessíveis, sem se permitir o amor. Trancafiadas em si mesmas, envelhecem por dentro, enquanto a vida em seus rostos clama viver. Réstia de luz que insiste passar sob seus olhos.<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"><span style="color: #444444;"><b> O tempo escoa... E a cada dia se faz menor, transcorrendo em direção contrária à letargia de quem não se permite amar. E permitir-se amar não é propor-se aventuras efêmeras que farão com que todos os relógios pareçam correr ainda mais vertiginosos. Também não é abraçar sonhos irrefreáveis e sem direção que podem desabar sobre rochas.<o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="color: #444444;"><span style="color: blue;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;"> É possível sonhar sentindo o chão sob os pés. É possível sonhar e consentir-se um amor bonito que bater à porta. A vida pode ser curta, mas não é se privando vivenciar um sentimento que ela há de parecer mais longa e prazerosa. Tão-pouco, não é percorrer </span></b></span><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt; line-height: 27.6px;">os caminhos que faltam, dando lugar unicamente a esparsos amores, interrompidos ou malcomeçados.</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: blue;"><b><span style="color: #444444; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Sem desafiarmos limites e quebrarmos grilhões que nos aprisionam, roubaremos de nós a chance de vida.</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-image: initial; background-repeat: initial; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Permitir-se é erguer uma ponte florida sobre os abismos que cavamos ao nosso redor e experimentarmos ser felizes. Pode dar certo, pode valer a pena...</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-72283526754604378112015-09-07T03:16:00.000-03:002019-11-20T20:36:50.549-03:00A maturidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"> <b><span style="color: #444444;">O passar dos anos presenteia-nos com
a maturidade, que é sempre sinônimo de lucidez, até nos permite sermos insensatos, vez ou outra, sem comprometer toda a boa bagagem que acumulamos na trajetória percorrida, porque a maturidade jamais dará longo abrigo à insensatez. </span></b></span><b style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"><span style="color: #444444;"> </span></b><br />
<b style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"><span style="color: #444444;"> A maturidade nos traz uma segurança
inexplicável em todos os atos que praticamos, mesmo aqueles que, mais tarde,
possamos considerá-los precipitados, mas que teriam, sem dúvida, efeitos avassaladores, se os tivéssemos cometidos no arroubo da juventude. </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"><b> A maturidade, quando chega, não faz alarde, contudo, é perceptível nos detalhes dos nossos gestos, nas atitudes,
na forma como nos dirigimos às pessoas, nas nossas solicitudes, no nosso olhar
perscrutador, nos pequenos e grandes risos, mesmo aqueles disfarçados, brincando nos lábios. </b></span><br />
<span style="color: #444444;"><b style="font-size: 21.3333px; line-height: 24.5333px;"> A maturidade faz-nos otimistas de insofismáveis convicções, sem que pareçamos arrogantes e soberbos. Q</b><b style="font-size: 16pt; line-height: 24.5333px;">uando solicitados a intervir em questões conturbadas e ardilosas, ela nos emprestará argumentos naturalmente sábios. </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;">Há
dentro de nós, pessoas maduras, uma sensação</span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;">de êxtase por termos chegado plenos à idade que nem todos alcançam,
alguns por ter sido levados desta vida jovens demais, cumprindo os desígnios de
Deus,</span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;">outros, porque a preguiça e a
irresponsabilidade embotaram-lhes a mente, e ali, no limbo do crescimento, vagam
na imaturidade.</span><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"> </span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"><b> A maturidade coloca uma bússola
invisível em nossos passos e nos direciona com perfeita exatidão por onde seguirmos
e um infalível relógio em nossos bolsos, que não nos permite demorar onde quer
que seja, ou com quem quer que seja, um
segundo além do que a prudência determina, ao contrário,</b></span><b style="font-size: 21.3333px; line-height: 24.5333px;"> reveste nossos relacionamentos de clarividências e mais saudáveis, sem possessões passionais, porque</b><b style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"> </b><b style="font-size: 16pt; line-height: 115%;">eleva a nossa autoestima e sacode
o nosso amor-próprio ao nível justo da ponderação. </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: #444444;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-size: 21.3333px; line-height: 24.5333px;">Percebe-se a maturidade em uma pessoa até no modo como ela se recolhe em sua dor...</span></span></b></div>
<b style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"><span style="color: #444444;"> A maturidade apura nossos gostos e nos faz seletivos, ao
mesmo tempo, confere-nos profunda segurança em afirmarmos preferências e
convicções, sem nos importarmos em impressionar uns ou contrariar e decepcionar
outros, porque maturidade é, precisamente, liberdade de ser, com amplitude e autossatisfação que compraz,
irradia e inspira.</span></b></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-41726293301451314152015-08-12T23:50:00.000-03:002019-11-20T20:37:01.483-03:00Tudo passa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>Tudo passa, é certo…<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b style="font-size: 20pt;">O fervor ao amor mais querido,</b><br />
<b style="font-size: 20pt;">jurado e prometido</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>passa, no fulgor </b></span><b style="font-size: 20pt;">do
entusiasmo.</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>Tudo passa no
percurso da vida:<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>os
percalços,</b></span><b style="font-size: 20pt;"> as dores
sentidas,</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>o tempo ido
os distrai.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>Mesmo a saudade julgada<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>infinda, a
cada dia se esvai<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>no pensamento...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>Tudo se desfaz
na efemeridade do segundo<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>e na
velocidade do vento,<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>o que se
pensa, o que se diz e o que se faz.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>Tudo passa,<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><b>na vã
eternidade do momento...<span style="color: blue;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-85432626928355603002015-07-16T12:23:00.000-03:002019-11-20T20:37:17.239-03:00Jardim nos telhados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small; margin-bottom: 0.0001pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="color: #222222; font-size: 20pt; line-height: 30.6667px;"> </span><span style="color: #222222; font-size: 20pt;"> </span><span style="color: #444444; font-family: "arial black" , sans-serif; font-size: 18pt;">Neste
tempo do ecologicamente correto, onde privilegia-se o que não agride a
natureza, preservam-se qualidade de vida e o bem-estar da humanidade, como
seria bom que se cultivassem mais jardins: jardins em escolas, em praças
públicas, jardins nas calçadas, à beira-mar, enfim, jardins por toda parte...</span></div>
<span style="color: #444444;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: left;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial black" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Com
as construções a cada dia mais verticalizadas, nossas paisagens estão,
inevitavelmente, cinzas e nevoentas. As árvores, antes agasalhando espaços, frondosas, que floresciam coloridas na primavera, quase as podíamos alcançar
de nossas janelas, na infinitude dos prédios que apontam para o céu, desafiando a gravidade. Hoje, essas árvores não passam de arbustos encolhidos para não comprometerem as fiações
elétricas das grandes cidades. Respiramos pouco verde, e as flores já não nos
saúdam quando abrimos as nossas janelas: ou vemos outros edifícios ou nos
deparamos apenas com telhados de casas, que ainda resistem, espremidas entre
florestas de pedras, perfilando frias por ruas e avenidas.<o:p></o:p></span></div>
<span style="color: #444444;"><u1:p></u1:p>
</span><br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: left;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial black" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Fico imaginando, se pessoas que moram em casas passassem a cultivar jardins nos seus telhados. Abriríamos as nossas janelas
para flores que nos sorririam, substituindo a paisagem de telhados
limosos e sem vida.</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "arial black" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Jardim nos telhados nos pareceriam gigantescas
cantoneiras a nos acionar todas as espécies de flores. Até pode ser uma ideia
um tanto fantasiosa e inacessível ou inviável, tecnicamente, na
opinião abalizada de algum engenheiro, arquiteto ou paisagista, alegando que
jardim nos telhados pode comprometer as estruturas das casas, mas o idealista
apenas lança sua ideia, sem se preocupar em adequá-la à realidade e, igual aos sonhadores, apenas investe em suas viagens fantásticas, talvez inverossímeis,
avessas às formalidades, às convenções que ditam regras e padrões, simplesmente porque
os sonhos não pedem permissão para se estabelecer... Até
que, por fim, surja um calculista que, aliando sua racionalidade à sensibilidade
que não o tenha abandonado, consiga combinar sonho e idealismo à realidade e
transformá-los num projeto possível. Daí, o que parecia utópico fica ao alcance e acessível. E nós, os sonhadores e idealistas, deixaremos
de ser olhados como visionários inúteis das vãs filosofias.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: left;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial black" , sans-serif; font-size: 18pt;"> Que jardins possam ser plantados e cultivados nos telhados, tanto por pessoas sensíveis ou
sonhadoras quanto por aquelas que ainda queiram preservar a humanização das
paisagens, quando abrirem suas janelas de par em par...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;">
<br /></div>
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-53019628640738620012015-05-16T01:02:00.001-03:002019-11-20T20:37:29.320-03:00Gosto de estar só<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="color: #141823; font-family: "helvetica" , sans-serif; font-size: 14pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif;">
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; line-height: 115%;"> Gosto de estar só, vez ou
outra... Não que eu me baste, egoísticamente, ou por me sentir incapaz de
exercitar a convivência com o ser humano, mas pela necessidade ímpar de
mergulhar no silêncio ao redor e dentro de mim, sobretudo para observar-me, com
o cuidado de quem observa uma borboleta sugando o néctar da flor,
ambas envolvidas, comprometidas com o melhor que possam extrair, ambas
resguardando a seiva que as sustente verdadeiramente. </span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; line-height: 115%;">
Gosto de estar só para construir uma reflexão isenta e
desapegada de mim, para ouvir melhor o que digo, sem emitir uma única palavra,
como num concerto de piano, onde só o acorde das notas, ora aveludado ora
tangente, trouxesse ao palco o seu compositor, revelando-o... E nessa profunda
observação despojada do meu interior, eu me surpreendesse com as minhas frágeis
certezas.</span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; line-height: 115%;">
Gosto de estar só para polir-me, lapidar-me, para repassar
todas as imagens ilusórias que atiçam minhas tolas vaidades, e alertar-me para
a confusão do brilho ardiloso, passageiro, que acende
ambições arenosas, suga e contamina.</span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; line-height: 115%;">
Gosto de estar só para perceber-me despida e exposta,
ingênua e perigosamente crédula.</span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; line-height: 115%;">
Gosto de estar só, porque é assim que me dou conta do
momento inadiável de pousar com prudência e segurança as minhas asas, que, por
tantas vezes, deixam-me aturdida em voos aventurados.</span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "helvetica" , "sans-serif"; line-height: 115%;">
Gosto de estar só para enxergar o cerne de mim, mas sei
que, para isso, tenho que me predispor transparente. </span></b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 6.0pt; line-height: 115%;"><br style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;" />
</span><b><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; line-height: 115%;"> Gosto de estar
só, mas acima de tudo preciso, às vezes, estar só, porque somente eu posso
alcançar-me tão fundo e ceder-me humilde e isenta às reflexões que me proponho
e superar-me na cobrança, a que me dobro, com tal completude de
conhecimento... </span></b><span style="font-size: 4.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-21785685231328694212015-05-06T23:53:00.003-03:002019-11-20T20:38:46.482-03:00Paris em mim<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"><span style="color: #222222;"> </span><span style="color: #444444;"><b>Paris se veste aos poucos de primavera que, lenta e suavemente, vai colorindo os canteiros com flores sorridentes e verdejando árvores aqui e ali. Árvores que, mesmo nuas e pálidas, eram belas esculturas esculpidas pelas mãos anônimas da natureza. Agora, vestidas, são pinturas impressionistas distraídas na paisagem. </b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"> Por onde caminho, seguem-me o vulto, o passado e a história. Estou impregnada da formosura que suave esbarra em mim. Adentro esse quadro ousadamente. Imiscuo-me nessa moldura que outrora ou em alguma vida me esperava e a quem eu tanto queria. Num instante, somos a simbiose da chegada e da partida... Não temos muito tempo e a urgência me consome: o</span><span style="font-size: 21.3333339691162px; line-height: 24.533332824707px;"> tempo fluídico dos amantes.</span><span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"> Sou a ansiedade tocando o belo. Meus olhos anotam, minha alma fotografa e eu flutuo... De onde vem essa emoção que me estremece em soluços inaudíveis? Ou seriam sussurros dos personagens que me acompanham? </span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"><span style="color: #444444;"><b> O Sena é uma avenida imensa de águas cristalinas. Perspicaz, o vento mergulha velozmente em suas profundezas e emerge lépido e provocante, borrifando os meus cabelos e impregnando-me do perfume das possíveis verbenas-rosas, incrustadas no muros que escoltam sua margem. Posso escutar o som dos pássaros misturado ao vozerio dos passantes, sem prescindir do esplendor que me rodeia. Dos <span aria-haspopup="true" class="J-JK9eJ-PJVNOc" data-g-spell-status="3" id=":29y.2" role="menuitem" tabindex="-1">paralelepípedos</span> pequeninos e mágicos de <span aria-haspopup="true" class="J-JK9eJ-PJVNOc" data-g-spell-status="3" id=":29y.3" role="menuitem" tabindex="-1">Montmartre</span> à suntuosidade proposital de Versalhes, sigo absurdamente em êxtase, subindo e descendo escadarias, alçando torres, ajoelhada sob vitrais que se movem na minha imaginação e me entrelaçam. </b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"><span style="color: #444444;"><b> O tempo escoa implacavelmente zombeteiro, digladiando com vontades e <span aria-haspopup="true" class="J-JK9eJ-PJVNOc" data-g-spell-status="3" id=":29y.5" role="menuitem" tabindex="-1">compromissos</span>. Mas já não importa, e escolho ficar.</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<span style="font-size: 16pt; line-height: 24.533332824707px;"><span style="color: #444444;"><b> Num instante, sou parte desse mosaico multicor e detenho-me no esboço dos vitrais, consentida, permitida, desenhada...</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: small;">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-91955459347692396372015-02-22T03:33:00.001-03:002019-11-20T20:39:37.103-03:00Tudo a seu tempo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18pt;">A espera nem sempre é agonia</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">e ansiedade.</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">Quando há certeza, ela é calmaria,</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">não velocidade.</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">E nada ao tempo antecede</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">sem a permissividade do destino,</span><o:p></o:p></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: blue;"><b><span style="color: #444444; font-size: 18.0pt;">nem o retrocede a vontade vã</span></b></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><b><span style="font-size: 18.0pt;">ou os apelos do desatino...</span></b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-72784420429728515282014-12-02T15:00:00.002-02:002019-11-20T20:39:51.157-03:00 Onde estão os jardineiros?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; font-size: x-small;"> </span><span style="background-color: white; color: blue; font-family: "arial"; font-size: large;"> </span><br />
<span style="background-color: white; color: blue; font-family: "arial"; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial";"><b><span style="color: #222222; font-size: x-small;"> </span><span style="color: #444444; font-size: large;">Se você é um postulante a jardineiro, saiba que essa intenção requer dom, advindo da sutileza, com horas conciliadoras entre a paciência e a leveza, exalando alma totalmente aflorada...</span></b></span><br />
<b><span style="color: #444444; font-size: large;"><span style="font-family: "arial";"> Todavia, se você não possui afinidades com plantas, não ouse impor-lhes a sua presença, passe de largo... Não force os seus limites para não ser invasivo, porque plantas, muito mais do que água, precisam de quem as perceba de presença benfazeja. Do contrário, elas se sentirão preteridas, assoladas e, inexoravelmente, murchariam de tédio. E você seria resumido a um “mão imprestável de plantas” ou a um “mão ruim de plantas” o que, convenhamos, não é nada lisonjeiro.</span><br style="font-family: arial;" /><span style="font-family: "arial";"> Plantas não se deixam enganar, possuem percepção aguçada do verdadeiro desprendimento humano, portanto, somente elas têm autoridade para alçá-lo ao posto pretendido, se elas vicejam e florescem por suas mãos, considere-se jardineiro...</span><br style="font-family: arial;" /><span style="font-family: "arial";"> Jamais ouse pegar um regador para aguar plantas, sem antes predispor-se a essa tarefa, sem antes preparar-se mental e espiritualmente. Evoque suas melhores lembranças, cantarole manso e baixinho, de preferência as canções de ninar que ouvimos na infância. </span><br style="font-family: arial;" /><span style="font-family: "arial";"> Estabeleça com elas um ritual dulcificado e sereno, um monólogo sussurrante e acalentador, até que sintonizem com suas boas intenções. Suavize-se, purifique-se: você está adentrando o espaço sagrado de seres que se comunicam por energia...</span><br style="font-family: arial;" /><span style="font-family: "arial";"> Penso que é absolutamente impossível um ser humano conseguir ser rude, inflexível e soberbo, após passar alguns instantes em contato com as plantas, nenhum dirigente de nação ousaria promover um conflito mundial, nenhuma corte jurídica decretaria uma condenação de morte, nenhuma atrocidade seria cometida, nem se quebraria uma promessa, dívidas não seriam executadas, sorrisos não seriam contidos e nenhum temor s</span><span aria-haspopup="true" class="" data-g-spell-status="3" id=":vj.1" role="menuitem" style="font-family: "arial";" tabindex="-1"><span aria-haspopup="true" class="J-JK9eJ-PJVNOc" data-g-spell-status="3" id=":yx.1" role="menuitem" tabindex="-1">obressaltaria</span></span><span style="font-family: "arial";"> corações. Todos os braços se ergueriam na direção de outros braços, em abraços que se encontram, se comungam e se laçam.</span><span style="font-family: "arial";"> </span></span></b><br />
<b><span style="color: blue; font-size: large;"><span style="color: #444444; font-family: "arial";"> </span></span></b><b><span style="color: blue; font-size: large;"><span style="color: #444444; font-family: "arial";"> Os jardins são tantos, mas é da falta de convictos jardineiros que as plantas andam ressentidas...</span></span></b></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-56299824265554379502014-09-29T01:26:00.000-03:002019-11-20T20:42:06.466-03:00O perfume e o sabor que os tempos têm <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #222222; font-size: 14.0pt;"> </span><span style="color: #222222; font-size: 14.0pt;"> </span><span style="color: #444444; font-size: large;"><b>Gosto de caminhar quando o sol se põe, tenho a ousadia
compartilhada de que a brisa se espreguiça e vem passear de mãos dadas
comigo. Brisa cúmplice, desobrigada com tempo, razões ou amarras.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Lá vamos nós: ela fazendo-se lenta, para acompanhar os meus passos e eu equilibrando-me, trôpega, para não desabar do
seu ritmo. Sinto o seu sopro nos meus ombros que me alenta e refaz, como se me
desse asas. O mesmo sopro que me traz o perfume e o sabor dos tempos.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> E vejo a
menina correndo, cabelos tão lisos e loiros, soltos ao vento, subindo ladeiras,
esgueirando-se por becos vizinhos, brincando de esconde-esconde, ao lado de uma criançada que grita e
saltita, movida por uma felicidade sem fim e tão funda, que chega a doer as entranhas. Esse tempo tem o
perfume de terra molhada e o sabor de baunilha.<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Caminhar com a
brisa me parece tão hipnótico, que já não sinto os meus pés, certamente devo
estar voando. Mas para que eu haveria de querer pés, se é o tempo em curva que
quero alcançar com as minhas asas? Agora, ouço uma música suave e danço quase sem perceber. Vejo-me sonhando com possibilidades inventadas e traduzidas só para mim, todas registradas em um diário que
traz na capa o desenho de uma jovem, sentada em uma
cadeira de balanço, na varanda, rodeada por lindo jardim florido. Pendente entre as páginas do diário, um pequenino cadeado dourado, com chave... Tão pequenino para guardar tantos
segredos do coração. Esse tempo tem perfume de azaleias e o sabor de pitangas
vermelhas.<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-size: large;"><span style="color: magenta;"><b><span style="color: magenta;"> </span>A brisa se faz mais rápida para me apontar as horas num relógio imperioso e indiferente, relógio que marca responsabilidades, trabalho e compromissos que parecem inadiáveis, relógio que se agiganta na parede branca, enquanto o tempo, doidamente, se encolhe e me deixa</b></span><b> zonza entre a correria sufocante do transitar de carros, que nunca param, só
quando a madrugada os silencia, observada pelas estrelas... Esse tempo tem o
perfume do mar, sob nuvens magentas agasalhando o sol, e o sabor de
ameixa-doce.</b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b>
Peço a brisa que se detenha um pouco. Olho ao redor e, por onde
caminho, percebo árvores que me espraiam os seus galhos, como se me abraçassem, estendendo-me algumas frutas. Quem as plantou teria escolhido, aleatoriamente, o seu cultivo?</b></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> Nesse instante, a brisa traz-me o perfume dos
pinhos, abençoados pela clorofila teimosa. Ela me responde com o sabor duradouro de hortelã, que se prolonga na alma... </b></span><br />
<span style="color: #444444; font-size: large;"><b> E reconheço, emocionada, o meu tempo de agora, o tempo justo da colheita.<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<span style="color: #444444;"><b style="background-color: white; font-family: arial; font-size: large;"> </b><span style="color: blue; font-size: large;">
</span></span><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-16632165472878195702014-07-08T20:51:00.000-03:002019-11-20T20:42:35.714-03:00A luz dos livros<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";"><span style="color: black;"> </span><span style="color: black;"> <span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong>As </strong></span></span></span></span><span style="color: magenta;"><strong><span style="color: #444444; font-size: x-large;"><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";">pe</span></span><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";">ssoas quando têm brilho não passam, deixam o seu rastro de luz em nós ou em algum lugar. Assim são os bons livros... Suas páginas nos extasiam como borboletas endoidecidas no espaço, subindo e bailando, impregnando de fantasia e cores os olhos de quem as observa. Sim, há pessoas que não passam, há livros que não passam, porque nos deixam sua beleza e</span></span><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";">ssencial. E a beleza essencial não é transitória, é raiz que nos finca na alma. Não tenho mais comigo muitas pessoas que amei e se foram, deixaram-me, contudo, a sua luz. Também não tenho ao meu lado, ao alcance da minha saudade, alguns livros que muito amei, ou porque os emprestei e não retornaram, alguns com a minha aquiescência, ou porque os doei... </span></span></span></strong></span><br />
<div style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: left;">
<span style="color: magenta;"><strong><span style="color: #444444; font-size: x-large;"><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";"> Com o passar </span></span><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";">dos anos, à chegada da maturidade, vamos nos libertando dos apegos materiais ou afetivos, aqueles que nos escravizam, que nos fazem sentir donos e possuidor de algo ou de alguém. </span></span><span style="font-family: "calibri";"><span lang="pt"> </span><span lang="pt">O envolvimento emocional com os livros me parece até maior, pois somos tomados por um apego tríplice: material, mental e espiritual-afetivo e, por isso, bem mais difícil de nos desapegarmos. Similarmente, no entanto, a maturidade também nos ensina o despojamento, que devemos passar adiante e sempre, o condutor, a fonte daquilo que nos faz melhor, nos faz crescer. Fico imensuravelmente </span></span><span style="font-family: "calibri";"><span lang="pt">feliz, quando vejo </span></span><span style="font-family: "calibri";"><span lang="pt">livros que eram meus contribuindo para que alguém possa abrir as portas de sua espiritualidade e conhecimento, da mesma forma como fez comigo um dia. O importante é o que assimilei, o que contribuiu para a minha formação como ser humano, e está dentro de mim feito raiz. Guardar os livros só para nós, apegar-nos a eles como a uma teia, é privar alguém de experimentar uma riqueza que pode, e deve, ser partilhada. </span></span></span></strong></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: left;">
<span style="color: magenta;"><strong><span style="color: #444444; font-size: x-large;"><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";"> Que voem de nós os livros, que</span></span><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";"> voem feito borboletas bailarinas e pousem em infinitas veredas sedentas do saber, e ali finquem </span></span></span></strong></span><span style="color: black;"><span style="font-size: medium;"><span lang="pt"><span style="font-family: "calibri";"><span style="font-size: small;"><strong><span style="color: #444444; font-size: x-large;">também os seus ensinamentos, a sua luz, porque essa é para sempre!</span><span style="font-size: small;"></span></strong><span style="font-size: small;"></span></span><span style="color: black; font-size: small;"> </span></span><span style="font-size: small;"></span></span><span style="font-size: small;"></span></span><span style="font-size: small;"></span></span><span style="font-size: small;"></span></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-79933084227795536702014-04-08T11:01:00.000-03:002014-04-08T12:59:30.549-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-60634037580727295872014-01-27T19:08:00.001-02:002019-11-20T20:43:17.843-03:00Hábitos e manias<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong><span style="font-family: "arial"; font-size: large;"></span></strong><span style="color: blue;"><strong><span lang="PT" style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: blue;"> </span><span style="color: #444444;">Não sei quando começaram os meus hábitos, alguns penso que os conservo desde a tenra idade, outros, provavelmente, os tenha adquirido ao longo da vida. Hábitos são comportamentos parentes das manias e que, com o passar dos anos, arraigam-se em nós feito musgo à pedra. Num mergulho profundo e isento de mim, estou convicta de que adquiri mais hábitos do que manias, pois não contabilizei perdas ou afastamento de afetividades vitimadas por minhas manias, ao contrário, muito mais as tenho arrebanhado por meus hábitos.</span></span></strong></span><br />
<div style="-ms-text-justify: inter-ideograph; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 56.8pt;">
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span lang="PT" style="color: #444444; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><strong>Há aquelas manias e hábitos que modificam tanto e a tal ponto o modo de viver de alguns, confrontados com o dito normal, que levam muitos aos consultórios psicológicos, para se livrar deles ou ter com eles uma convivência harmoniosa e, de preferência, não interfiram demasiadamente na vida de quem quer que seja. Nunca passei por nenhuma análise em consultórios psicológicos, longe de desdenhá-la, contudo, e muito mais por temer ouvir aquilo que pretensiosamente já soubesse ou ousasse supor. </strong></span></span></span><br />
<div style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 56.8pt;">
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span lang="PT" style="color: #444444; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><strong> Algumas manias tornam-se tão incorporadas à personalidade, que nem sempre é possível se dar conta, muitas vezes, o alerta de amigos é imprescindível, assim como a aquiescência em confirmá-las e a coragem para superá-las.</strong></span></span></span></div>
<div style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 56.8pt;">
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span lang="PT" style="color: #444444; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><strong> Embora com tanta similaridade, hábitos e manias podem tornar pessoas especialmente interessantes ou exaustivamente chatas. Estão excluídas do rol dos chatos pessoas que têm o hábito de ligar para saber se você está bem, se trancou a porta, antes dormir, se precisa de alguma coisa, que enviam flores ou cartão no seu aniversário, que trazem, na ponta da língua, uma salvadora receita caseira para curar-lhe daquela enxaqueca que azeda e entorpece o seu dia, e jamais perguntam se a causa é afetiva, aflitiva ou por excesso de trabalho, simplesmente porque são pessoas que possuem o requintado hábito de serem delicadas, discretas e cuidadosas. Não diria o mesmo àquelas com mania de perguntar tudo, desde o nome do perfume que está usando, até para onde você pretende viajar nas férias, e, se já tiver retornado, o endereço do hotel em que se hospedou, com a desculpa de querer apenas uma referência, caso escolha o mesmo lugar para passear.</strong></span></span></span></div>
<div style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 56.8pt;">
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span lang="PT" style="color: #444444; font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><strong> O certo é que se temos amigos com manias que nos dificultam relacionarmos com eles, mas os amamos, apesar de tudo, há que se ter paciência e tolerância; uma boa pitada de bom humor também ajuda, consideravelmente. </strong></span></span></span></div>
<div style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 56.8pt;">
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span style="color: #444444;"><strong><span lang="PT" style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"> Concluo que a diferença entre hábitos e manias não se atém, exclusivamente, à semântica, mas, e sobretudo, à essência dos detalhes...</span><span lang="PT" style="font-family: "calibri" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"> </span></strong></span></span></span></div>
<span lang="pt" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: #0016; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="font-family: "calibri";"><span style="color: blue; font-family: "times new roman"; font-size: x-small;"><strong></strong></span></span></span><br /></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-61609012250150672212013-11-16T21:40:00.000-02:002019-11-20T20:43:32.687-03:00Saudade lilás (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: medium;"> </span><span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong>Todo sentimento tem uma cor relacionada com o efeito que repercute em cada pessoa. Daí, concluo que a saudade é lilás, aquele tom entre o rosa e o azul, que faz ninho por trás das auroras no amanhecer de um dia morno e preguiçoso... E brilha dentro de nós como a malacacheta, instigada pelo reflexo do sol. </strong></span><br />
<div>
<span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong> Falo daquela saudade que não dói sentir, que combina com licor de amoras e perfume de jasmim. Que nos tira para dançar ao som de Straus, Mozart ou Beethoven, depois, conduz-nos felizes a um cantinho, entre almofadões macios ou em rede que nos embala para muito além das horas comuns e de um tempo comum... </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong> Saudade lilás não tem pressa nem produz ansiedade.</strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong> Saudade lilás nos traz de volta a maciez do beijo consentido e do abraço compartilhado, que sorrateiros se instalam, bem o alcance, onde é possível revivê-los intensamente e no instante presente. </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong> Saudade lilás leva a gente para um passeio à beira-mar, nos faz falar sozinhos, rir sozinhos sem motivo, feito criança, sem nos importarmos com quem nos observe e nos julgue como alguém excessivamente distraído ou louco.</strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: x-large;"><strong> Porque saudade lilás é exatamente a mistura de distração e loucura, o que a faz indefinível para certas pessoas, disfarçada para outras e com segredos cúmplices com poucas...</strong></span></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-56709384634133477232013-11-15T00:27:00.001-02:002019-11-20T20:45:38.887-03:00Testamento afetivo (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: medium;"> </span><br />
<div>
<span style="font-size: medium;"> </span><br />
<span style="font-size: medium;"> </span><span style="color: #444444; font-size: large;"><strong>Um dia, sei que deixarei esta vida... E procurei vivê-la leve, como quem passeia na praia, descontraída, colhendo conchinhas do mar, respirando um perfume que nunca soube de onde vem, perfeitamente feliz, sozinha, ou ao lado de gente que gosta de sorrir à toa também. </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Vivi como quem costura uma colcha de retalhos coloridos, em quadrados e losangos, formando um mosaico de todos os momentos bons e os não tão bons assim. Depois, transformei-os em um quadro raro e possível na minha fértil imaginação. </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Vivi sem assustar ninguém, ou com gestos descabidos ou decisões <span class="J-JK9eJ-PJVNOc">incompreensíveis</span>. Reservei apenas algumas surpresas, todas boas de saber, todas boas de sentir. Aquelas que fariam a minha alma cantar, se alguém também as me reservasse. </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Vivi como quem sabe que todo final de semana ditoso pode ser hoje, e o ano inteiro... </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Não fiz numerosa poupança, não guardei dinheiro em nenhum grande cofre, não deixarei, portanto, nenhuma cobiçada fortuna. Estou absolutamente certa, por conta disso, de que ninguém há de torcer para que eu morra, logo à primeira pneumonia que me acometer. </strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Deixo meus livros, não são muitos, doei alguns, emprestei outros, que nunca mais retornaram. E agonizamos ambos de saudade vida afora. Os que sobreviveram, que fiquem em mãos que os acariciem, que os preservem de maus humores e <span class="J-JK9eJ-PJVNOc">ranzinzices</span>, e que jamais sirvam apenas de peso para um amontoado de papel. Que os tome quem os ame somente e, mais ainda, que os leia além da capa. Torço para que, lendo-os, entenda-os, a ponto de os querer ler de novo, uma e outras vezes... Ia me causar profunda dor se fossem transformados em meros enfeites na estante de alguém.</strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444;"><span style="font-size: large;"><strong><span style="color: blue;"> </span>Carro, roupas e quase nenhuma joia, não os incluí na minha lista de objetos especiais, por não terem para mim nenhum referencial afetivo.</strong><strong> Portanto, além</strong><strong> dos livros, uma</strong></span><span style="font-size: large;"><strong> caneta dourada, que ganhei no sorteio com a turma, na minha formatura de jornalista. Tem o meu nome e uma data, não sei se poderia interessar a alguém. É delicada, bonita e, desafiando o tempo, ainda dourada, como nova. Uma caneca com um pires, que comprei para ajudar em uma campanha de proteção aos animais, trazem o desenho de um gatinho na caneca e o de um cãozinho, no pires. Sugiro que fique com eles somente a pessoa que se identifica com os animais, do contrário, seria muito desconfortável olhá-los todos os dias, no café da manhã ou no chá da tarde. Um oratório pequeno, de vidro e madeira, com alguns santos do meu fervor, a quem não dei muito trabalho, todavia, deles recebi proteção e companhia na minha fé. Quem os escolher, espero que tenha infinitas bênçãos e graças alcançadas.</strong></span></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Por fim, um álbum de fotos, atuais e antigas, em lugares comuns, mas significativos, repletos de detalhes que só eu sei nominar e traduzir. E um desses álbuns está a foto de uma árvore de tronco robusto, generosamente frondosa, dividindo ao meio parte de uma rua. Suas raízes teimosas, entediadas da escuridão funda da terra, preferiram o acolhimento da luz e rasgaram-se expostas e nuas, desafiando a dureza das pedras.</strong></span></div>
<div>
<span style="color: #444444; font-size: large;"><strong> Há uma sintonia velada entre nós... <span style="color: #444444;"> </span></strong></span></div>
<div>
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-17650881769946610702013-10-29T22:41:00.000-02:002019-11-20T21:23:02.145-03:00Gente que é arte (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"> </span><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 24px;">A vida me mostrou que amigos são como um cordão invisível e terno, que nos enlaça e puxa em direções ora oblíquas ora convergentes, aqui e ali, abrindo e fechando elos afetivos.</strong><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"> </span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><o:p><em><span style="color: magenta;"><strong> </strong></span></em></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"><em> </em></span></strong></span></span><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;"> Eu não conhecia Lília, a anfitriã. Fui levada a sua casa por uma amiga, onde encontraríamos outros amigos. </strong><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;">Amigos que se reúnem para aconchegar a amizade num copo de suco ou em uma xícara
de chá. Só que eu não supunha ser um encontro com a arte, a arte mais simples e
delicada, sem sofisticação, sem rebuscamento, só alma. Com gente que é a própria
arte. </strong><br />
<strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 24px;"> Que bom constatar que as pessoas que imaginamos únicas, acabam transcendendo o imaginário.</strong></div>
<span style="color: magenta;"><strong>
</strong></span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></strong></span></span><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;"> </strong><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;"> Uma borboleta, multicolorida e quase viva,
de tão real, colada à porta de entrada, não estaria ali por acaso. Mãos
especiais a teriam designado guardiã de algum tesouro, que não se descreve com
palavras.</strong><br />
<span style="color: magenta;"><strong>
</strong></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></strong></span></span><strong style="font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;"> Lília, uma senhora de olhos brilhantes e sorriso afável, fez-me sentir como se eu costumeiramente frequentasse aquela casa. Generosa, de leveza nos gestos, feito gente que transforma naturalmente em arte tudo o que toca, mas não se dá conta, talvez porque Deus escolhe os seus artistas, mas não revela a eles sua escolha, delegando essa tarefa à observação sensível de alguns e, quem sabe, por merecimento, absorvê-la.</strong></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="color: magenta;"> </span><span style="color: #444444;">A viuvez não a fizera
solitária, ao contrário, deixara-se acompanhar pela pintura, que coloria os
seus dias em movimentação e prazer, tornando sua companheira fiel, "mas
exigente", ponderou, com um sorriso brincalhão. "E, muitas vezes,
impaciente", emendou, num tom simulando crítica.</span></strong></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span> </strong></span></span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong><span style="color: #444444;"> </span>Havia quadros, pintados por ela,
distribuídos pelas paredes dos diversos ambientes da casa: antessala, sala e
quartos. Senti-me imediatamente abraçada e acolhida pela arte. Com voz mansa,
quase inaudível, fez questão de falar sobre cada um dos quadros: a motivação e
o tempo que levou para pintá-los. Ali, sob as paisagens de campo, montanha e
mar, a arte também registrava um pedacinho de sua história de vida.</strong></span></span></div>
<span style="color: #444444;"><strong>
</strong><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A disposição geométrica dos pratos, copos e
talheres era pura arte, espontânea e despojada. Os sucos, em jarras transparentes, tinham cores indefinidas, que também brincavam de arte, bem diante dos meus olhos. </strong></span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong> Lília pegou o meu copo, delicadamente, colocou nele um pouco de suco e pediu-me para experimentar e adivinhar o sabor. Num segundo, voltei à minha infância, quando, sentada no chão, em círculo, ao lado de outras crianças, brincávamos de adivinhação. </strong></span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong> O suco impregnou a minha boca de um sabor intraduzível. Bebi um gole e outro mais. Sacudi a cabeça pedindo aos céus para ajudar-me a traduzir o sabor daquele néctar dos deuses, mas em vão. O sorriso confortante e brincalhão de Lília acudiu-me prontamente:</strong></span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong> - É uma brincadeira que faço com os meus convidados. Os sucos são feitos com mistura de frutas exóticas, o sabor fica propositalmente indefinível.</strong></span></span><br />
<span style="color: #444444;"><span style="color: magenta;"><strong>
</strong></span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></strong></span></span></span><strong style="color: #444444; font-family: "times new roman", serif; font-size: 18pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Senti-me apanhada na doce brincadeira e
sorri maravilhada. Todos sorriram contagiados e o lanche transcorreu em meio à
afetividade e arte, trocando de lugar o tempo inteiro.</strong><br />
<span style="color: #444444;"><strong>
</strong><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 18pt;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Arte que esculpe sorriso aberto em mãos
naturalmente mágicas, arte que a gente absorve e cataloga no âmago, porque é onde
guardamos o abissal divino.</strong></span></span><br />
<span style="color: magenta;"><strong>
</strong></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 5pt 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none;">
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-10948385595064382022013-09-26T03:29:00.002-03:002019-11-20T21:35:52.744-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="color: #222222; font-family: arial;">
<br /></div>
<span style="font-size: large;">Não existe o texto perfeito, </span><span style="font-size: large;">mas a perfeita sintonia...</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><span style="font-size: large;"> </span><br />
<span style="font-size: large;">Solange Castro Medina</span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"> </span><br />
<div style="font-family: arial;">
<span style="font-size: x-large;"><span style="color: magenta;"></span></span></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial;">
</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial; font-size: small;">
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-22792498753148516542013-08-07T21:48:00.000-03:002019-01-05T23:33:13.949-02:00Urgência de viver (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: medium;"> </span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><strong><em> </em></strong><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span>
</span><br />
<div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><strong><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"> </span></i></strong><strong><i><span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><o:p><span style="font-family: "times new roman"; font-size: small;"> </span></o:p></span></i></strong><strong><i><span style="color: blue; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></i></strong></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><strong><span style="color: black;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 18pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span><span style="color: blue;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;">O excesso de urbanidade tem despertado em mim a necessidade incontida
do contato com a natureza. Ando sentindo urgência de uma casinha no mato, com
árvores de galhos fartos que me abracem receptivos, não de edifícios frios que
encobrem o céu e a hospitalidade. </span></span></strong></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tenho
urgência de sentir os meus pés caminhando na terra, de respirar o ar acariciando-me com o perfume das folhas e flores silvestres, chegando saudável aos meus pulmões. De ouvir os cantos misturados de pássaros comuns que
os farei raros e os admirarei à distância permitida. Prometo-lhes a mais
compreensiva companhia e as boas-vindas em bebedouros de água fresquinha, sob
frondosas árvores com frutos suculentos, ao ar livre, e não em cruéis gaiolas,
penduradas num teto qualquer. Quero-os livres e festeiros na minha janela. Sequer
vou me importar que ali façam seus ninhos e se instalem, e ainda lhes garanto
protegidos contra os sobressaltos da perseguição. </strong></span></span></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tenho
urgência de sentir cães brincando com gatos ao meu redor, contrariando mitos
da estranheza e da incompatibilidade entre eles. Quero me encantar com folhas secas e
verdes, dançando de mãos dadas ao rodopio do vento. Sei que me trarão aconchego
e harmonia, sem interferir no silêncio que há muito não escuto: o barulho
ensurdecedor da civilização não me permite mais... Ela é a mão gigantesca que
encobre o sol e as noites estreladas. </strong></span></span></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tenho
urgência de retomar, ainda, a visão da lua, adentrando seu brilho por todos os
vértices da<span style="mso-spacerun: yes;"> minha </span>casa, salpicando nela
perfume e mistério.</strong></span></span></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;"><strong><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Depois
de um tempo, paparicada pela plenitude, por animais e pássaros, vou me permitir
a visita de gente sem medo e que também não me assuste com evasivas e invasões, sobretudo com permanências efêmeras.</strong></span></span></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;">
<span style="color: blue;"><strong> Gente que já tenha escrito um ensaio sobre a urgência
de essencialidades, sobre vida simples </strong><strong><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;">e possa entender o que eu não digo ou não escrevo, mas tão
evidente nas entrelinhas...</span></span></strong><br />
<span style="color: blue; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span><br />
</span></span></span><br />
<div align="center" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
</div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 16pt;"><span style="color: blue;">
<span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span></span></span></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: blue; font-family: "times new roman"; font-size: small;"><strong>
</strong></span></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
</div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
</div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
</div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
</div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black; font-family: "times new roman"; font-size: small;">
</span></span></div>
<span style="color: blue; font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">
</span>
<br />
<div>
</div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-10917880327491875302013-06-14T01:04:00.001-03:002019-01-05T22:53:29.942-02:00O silêncio da felicidade (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "comic sans ms";"><span style="font-size: x-large;"> </span></span><span style="color: magenta; font-family: "comic sans ms"; font-size: medium;"><strong> </strong></span><br />
<div>
<span style="font-family: "comic sans ms" , sans-serif; font-size: medium;"></span><span style="color: magenta;"><strong> </strong></span></div>
<div>
<span style="font-family: "comic sans ms" , sans-serif; font-size: medium;"><span style="color: magenta;"><strong><span style="color: magenta;"> </span><span style="color: blue; font-size: x-large;">Disse-me certa vez um amigo, desses raros, com quem conversamos como se conversássemos com nós mesmos: "Seja discreta na sua alegria e silencie ao máximo a sua felicidade, os ouvidos e a percepção da inveja são mais atentos do que se possa imaginar, quando ela constatar o seu sorriso fácil, aí já será tarde, a felicidade terá tomado o seu assento e se instalado no lugar que lhe foi destinado e no tempo que tem que ser, no tempo da própria vida... " </span></strong></span></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> Não gostaria de viver muitos anos sem ter vivido intensamente. Quero sempre olhar o amanhecer e constatar que a minha construção pessoal foi consciente, que contribuí permissivamente para ser o que sou. Que fui menos teimosa ou arrogante nos meus propósitos, mas muito mais obstinada. Saudei as minhas vitórias com celebrações discretas, respeitando o adversário, porque também <span class="J-JK9eJ-PJVNOc">experimentei</span> a derrota um dia, que me fez aprender a perder, o que não significa ter-me acomodado. A canção que entoei nos dias felizes ecoaram nos meus momentos de perdas. Quando estive fragmentada, recolhendo os meu pedaços, entendi que a felicidade requer atenção, é necessário ser feliz com reservas. Faz-me lembrar a roda gigante do meu tempo de criança, naqueles parques coloridos e agitados de músicas e luzes, como se personalizasse a felicidade. A roda girava, girava, ao som da alegria. De repente, ela parava lá em cima, e um calafrio assustador e implacável fazia balançar nos ares as nossas pernas miúdas, sem chão. As estrelas pareciam mais perto, mas a solidez, cada vez mais distante... </strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> A felicidade pode ser euforia e calafrios, como uma roda gigante. Seremos sempre pequenos e crianças para entendermos os propósitos divinos, tão intraduzíveis quanto inevitáveis. E nunca estaremos atentos suficientemente para não sermos surpreendidos.</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> Mas sei, também, que na noite escura há sempre uma estrela, mesmo invisível, porque acredito que ela está lá...</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> Sonhadora que sou</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> recolho a minha estrela</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> e a levo para dormir,</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> mas a empresto ao céu,</strong></span></div>
<div>
<span style="color: blue; font-family: "comic sans ms"; font-size: x-large;"><strong> quando o céu me pedir...</strong></span></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-52689566474665036052013-03-19T21:53:00.000-03:002019-01-05T23:36:46.989-02:00Rosas amarelas (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
</div>
<div>
<span style="font-size: medium;"> <span style="color: blue;"><strong>Se você ama uma flor, não a colha, porque se você colhê-la, ela morre e deixa de ser o que você ama. Então, se você ama a flor, deixe-a estar. O amor não está na posse, mas na apreciação. (Osho)</strong></span></span><br />
<span style="color: blue; font-size: medium;"><br /></span>
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<span style="font-size: large;"><span style="color: blue;"><strong> Herdei de minha avó a preferência por rosas amarelas. Dizia, com a sabedoria de uma cultivadora, que elas eram especiais. Passei alguns anos tentando descobrir a essência dessa especialidade, muito além de seus espinhos mais frágeis do que os das rosas de outras cores e de seu suavíssimo perfume. É necessário permitir-se um tempo entre você e a rosa amarela, se quiser descobri-la. É necessário, talvez, uma vida... <br /> Uma roseira de rosas amarelas parece a sonata que o músico ainda não compôs, o poema ainda não saído da inspiração do poeta e apenas um esboço na tela do pintor. <br /> Que amarelo fascinante tonaliza as rosas amarelas? Gotinhas do Sol? Bordas do arco-íris? Onde encontrar o parâmetro para a cor que a compõe? Traduz silêncio revelador e cúmplice, solidariedade abissal que aconchega, ternura mansa de mãe e maciez dos gatos angorás. Sem soberba e altivez, reina absoluta e espontaneamente sua beleza rara entre todas as rosas. Combina com sorrisos tímidos e sentimentos delicados. Não inspira ousadia, arrebatamento, mas posturas elegantemente contidas. Harmonizam-se com os vinhos brancos e os champanhes borbulhantes nas taças de cristais. Se eu as pudesse personalizar, diria que as rosas amarelas são fadas ou bailarinas, possuem passos leves, como se flutuassem, não gritam, mas sussurram, não seduzem nem apaixonam, mas cativam e encantam.<br /> Igual a minha avó dizia, penso que nunca deveriam sair de suas roseiras para serem transformadas em buquês ou enfurnadas em jarras e arranjos por nenhum motivo. <br /> Flores têm alma e vida,<br /> devem nascer e morrer<br /> nos galhos das floreiras.<br /> Rosas de todas as cores<br /> nunca deveriam ser </strong></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="color: blue;"><strong> arrancadas das roseiras...</strong></span></span></div>
</div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-85212216631723275342012-12-23T16:11:00.000-02:002019-01-05T23:37:50.526-02:00Estrela de Natal (crônica) <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="color: magenta; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><strong></strong></span><br />
<span style="color: blue; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><strong>Quero uma estrela de Natal para iluminar a mente das pessoas que conduzem o destino de uma nação e que essa estrela deixe um rastro de bom-senso nas decisões que lideram.<br />Quero uma estrela de Natal ondulando sobre um mar límpido, sem poluição e dejetos.<br />Quero uma estrela de Natal nos Meios de Comunicação, reportando verdades isentas, <br />com exemplos reais, sem propaganda enganosa ou instigando competições consumistas.<br />Quero uma estrela de Natal fulgurante de reflexões em todas as crenças.<br />Quero uma estrela de Natal que exalte a solidariedade, e acabe com toda forma de preconceito. <br />Quero uma estrela de Natal nos passos da criança que caminha trôpega e iluminando o caminho do jovem que ela será.<br />Quero uma estrela de Natal no sorriso que nada oculta, na transparência das relações,<br />no arrependimento digno e na mão estendida que perdoa.<br />Quero uma estrela de Natal para eu colocar nas mãos dos que acolhem, dos que protegem e abrigam.<br />Quero uma estrela de Natal nos projetos, nos planos e nas perspectivas de cada um para o ano que se inicia.<br />Quero uma estrela de Natal no verso do poeta,<br />rimando encontro, abraço acolhido, feito laço ajustado,<br />iluminado e essencialmente bonito...</strong></span><br />
<span style="color: blue;"><br /></span>
<span style="color: blue; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><strong>Feliz Natal! Feliz Ano Novo!</strong></span></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7137926446102076330.post-36440961370201464842012-11-22T00:57:00.003-02:002019-01-05T22:34:25.310-02:00O pedestre é mais feliz (crônica)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: #eeeeee; color: blue; font-size: large;"><br /><strong><em> </em>Fui pedestre por muitos anos. Quanta penúria nos pontos dos ônibus, junto aos meios-fios das calçadas, a uma espera por eles que me parecia interminável. Nos dias de chuva, era uma dança absolutamente insana, pulando sobre poças-d'águas, driblando-as num torturante bailado. Na minha casual coreografia à Fred Astair e Ginger Rogers, "dançava" forçada na chuva, ziguezagueando entre os veículos, empunhando meu frágil guarda-chuva, mas muito longe de ter a magia rítmica dos famosos dançarinos hollyhoodianos. Não, eu não queria protagonizar o premiadíssimo filme "Dançando na chuva", faltam-me habilidade e competência nessa arte. Quisera apenas um ônibus simples, suficientemente acolhedor, que me levasse ao trabalho e, mais tarde, de volta para casa, com a minha integridade física a salvo. Todavia, na hora do rush, com as conduções superlotadas, isso era mesmo desafiador: gente que nos esbarra e nos roça sem e por querer e eu ali, entre asfixiada, enlatada e indignada, louca para dar um chega-pra-lá nos marmanjos espertalhões com caras de anjos. Tenho uma tia que, quando utilizava ônibus urbanos, já garantia sua proteção: um providencial alfinete, camuflado entre os dedos e, assim, de braços "casualmente" para trás, fazia pular longe os aproveitadores, com a mesma aura inocente que eles estampavam na hora dos roçados. Ah, se o alfinete pudesse rir, quão sonora seria sua gargalhada, vendo os marmanjos se acovardando diante de um minúsculo espetinho.<br /> Até que um dia consegui comprar o meu primeiro carro e entrei para o rol dos motoristas: adeus ônibus superlotados, adeus oportunistas dos agarros e roçados, adeus freadas bruscas de condutores mal-educados, adeus banho em poças-d'água... Despedia-me, assim, exultante e aliviada, de toda tortura a que um passageiro urbano é submetido. Via-me livre dela, enfim.<br /> Contudo, passados alguns anos como motorista, comecei a perceber que o trânsito, definitivamente, não foi feito para ele, mas para os pedestres. Eu era feliz e não sabia... Senão, reparem: o pedestre come pipoca e toma sorvete, fala ao celular, distraidamente, sem ser multado, vai a supermercados, bancos, shoppings, sem pagar estacionamento. O motorista, ao contrário, tem de dirigir absolutamente atento ao trânsito e dar ao pedestre toda e irrestrita prioridade. Paga IPVA, Licenciamento, pedágios, seguro disso e daquilo. Pedestre não é submetido a bafômetro, redutores de velocidade aqui e acolá, nem é vigiado por câmeras de mil olhos. <br /> Se um motorista atropelar um pedestre, mesmo que esse pedestre tenha avançado o sinal, é multado, preso, xingado, vilipendiado, cassado e até mesmo linchado. Pedestre, ao contrário, está livre de sanções, não há lei de trânsito para puni-lo, e é eternamente protegido da população. Alguém já viu um pedestre ser multado porque atravessou a rua com sinal vermelho pra ele? Mas, haja o que houver, o motorista nunca terá razão. E, agora, não bastassem as inúmeras faixas de pedestres espalhadas a cada cem metros por todos os bairros, criaram para eles a faixa vermelha, que se assemelha aos tapetes que se estendem às celebridades e estrelas para elas desfilarem garbosas e altaneiras, e, de preferência, sem pressa. E os motoristas ali, diante da faixa vermelha, atônitos e autômatos: o compromisso esperando, o trabalho ou um filho na escola esperando, um parente passando mal, esperando, e ele ali, também, esperando, esperando, meio robô, meio gente, o coração a mil de ansiedade, rezando para que, quando enfim passar todo mundo na faixa reverencial vermelha, nenhum maluco retardatário se jogue a sua frente, porque, senão, aí, o verdadeiro "Inferno" de Dante sairá do livro direto para a avenida e para a sua vida. O motorista, no mínimo, será punido por imprudência e desatenção. <br /> A providencial faixa vermelha dos pedestres eletriza e subjuga o motorista. Daí que, mal ele vislumbra esses tapetes vermelhos, seus olhos arregalam-se como se fossem pular das órbitas, e o coração, num salto alucinado e acrobático, ameaça-lhe arrebentar na caixa torácica. Deus o livre de atropelar um pedestre nessa aterrorizante faixa vermelha! Certamente, estará decretada a perda de sua razão e para sempre comprometido o direito de ele viver livremente.<br /> Depois que me tornei motorista, nunca mais pude acompanhar o florescer dos canteiros, com seus mosaicos coloridos nem os prédios de arquiteturas faraônicas e futuristas, todos eles me parecem já brotar prontos e gigantescos da terra, como se uma fada, magicamente, os tivesse colocado nas ruas, sem que eu me desse conta, para meu espanto e pesar.<br /> Por tudo isso, ando deixando meu carro na garagem e descobri-me mais leve, menos estressada, mais feliz. E tenho me deparado com imagens tocantes, que, como motorista, não me é dado o prazer de observar.<br /> Dia desses, caminhando, após descer de um ônibus, vi jardineiros plantando uma árvore. E sorri sozinha, enternecida, quando observei, mais à frente, alguns homens que se movimentavam com a ornamentação de Natal da cidade.<br /> Sim, o pedestre é mais feliz...</strong> </span></div>
Solange Medinahttp://www.blogger.com/profile/04040504331826404783noreply@blogger.com0